quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Roménia versus Roménia

Nestes últimos dias tenho feito de tudo um pouco. A Bolsa de tradução do ICR abriu-me portas para toda a cultura romena, desde comida, transportes públicos, lançamentos de livros, museus, galerias de arte, encontro com escritores, teatro, música, dança a noitadas nas discotecas. O "bem bom" está a terminar mas as recordações ficaram não só aqui guardadas, como é obvio, mas também na minha mente.
A minha primeira experiência com a Roménia foi um pouco chocante. Em 2008 cheguei pela primeira vez à Roménia num avião de aproximadamente 7horas. Pensava que iria ter alguém à minha espera mas enganei-me redondamente. Mal saí das portas do aeroporto e tive logo 4 taxistas a perguntarem-me se precisava de transporte. Disse-lhes que esperava uma pessoa mas o taxista com a tarifa mais elevada não conseguiu arranjar clientes e esperou que eu lhe pedisse o serviço. Assim foi, depois de esperar alguns minutos percebi que afinal não tinha ninguém à minha espera. Tive que me desenrascar. Falei com o taxista, sabia para onde tinha que me levar, entrei no carro e pus o cinto. Ele tinha percebido desde o início que eu não era romena. Tentámos manter um diálogo agradável sobre táxis em Portugal, como funciona o sistema de controlo das firmas de transportes etc. Depois do interrogatório fez-me um preço para a viagem, i.e., desligou o conta-quilómetros e fez o seu preço. Deixou-me à porta da residência, foi simpático MAS acabou por me cobrar 50€ pela viagem quando deveria ser uma viagem de 15€ mais ou menos. Enfim, apesar de ter sido tão caro tinha as minhas malas, estava sã e salva e onde deveria estar. O problema seguinte foi que àquela hora não estava ninguém para me abrir a porta ou para me dar as chaves da residência, era demasiado tarde para isso. Tentei ligar para o número que estava indicado no meu guia da Net mas nada. Falei com alguns estudantes na rua, em inglês porque de outro modo não me conseguia explicar, e indicaram-me um hotel. Lá fui para um hotel ali perto e tentei de novo ligar para a pessoa encarregada pela residência. Desta vez atendeu mas disse que só no dia seguinte. Entretanto ligou-me um rapaz português. Encontrei-me com ele e começou a explicar-me como funcionavam as coisas na Roménia. No dia seguinte dirigi-me à residência, deram-me as chaves e logo de seguida fiz as mudanças. Mal podia acreditar onde e como me encontrava. O quarto era... feio, a roupa da cama cheirava... a mofo, a paisagem era... horrível e a casa de banho... sem comentários. Por sorte o outro rapaz de Portugal ficava na mesma residência portanto rapidamente me encontrei com ele. Jantámos com mais alguns rapazes que estavam também na residência através da bolsa ERASMUS. Nos dias seguintes tentei acomodar-me, fiz compras, fui à Faculdade e passeei um pouco. À noite o meu pensamento era sempre o mesmo "Consegues viver aqui nos próximos 6 meses, Irina?", a resposta era sempre a mesma "Acho que não, vou voltar para casa!". E assim foi...



 











Em 2010 a minha experiência com a Roménia foi completamente diferente. Quando cheguei tinha 3 pessoas à minha espera à saída da porta de desembarque, um autocarro que me levou a Mogosoaia e um quarto muito engraçadinho só para mim. O local é de tirar a respiração, sossegado, com uma paisagem inspiradora e com muito boas condições...
Acho que já escrevi um pouco sobre Mogosoaia, o suficiente...








La revedere / Até à próxima

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